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::Dodge Viper SRT-10 Twin Turbo::

Publicado: setembro 21, 2009 em Dodge, Viper

Víboras são répteis com grande poder de peçonha. Sua cabeça triangular e suas grandes presas curvas denunciam que o veneno produzido pode ser capaz de matar. Algumas víboras possuem veneno suficiente para matar um animal adulto de grande porte e não fazem a menor cerimônia em utilizá-lo. O ser-humano descobriu que do veneno destas víboras é possível criar a cura para seu próprio veneno, mas também descobriu que é possível envenenar ainda mais este animal… só que de uma forma diferente.

Ah, as maravilhas da genéti… ops… aqui não é Discovery Channel ou National Geographic!!! O embalo da conversa tende a sair da área animal uma vez que estamos tratando de carros. Se o carro em questão for um Dodge Viper SRT-10 que caiu nas mãos da Underground Racing é melhor afivelar o cinto de segurança até que falte o ar, pois o trabalho desenvolvido sobre o motor 8.0L V10 é algo descomunal.

A engenharia mecânica concedeu ao Viper da Underground diversas melhorias em todos os pontos do carro tentando ao máximo aliar chassi e suspensão à brutalidade do motor. Ao V10 foram adicionadas duas turbinas Precision .76 desenvolvidas pela empresa especialmente para este projeto, com o auxílio de um intercooler frontal com tubos e coletor de admissão com CAI, para aspirar o ar mais frio através do filtro K&N, confecccionados em aço inox. Cada lado da pressurização conta com uma wastegate billet da Tial e uma blow off para controlarem e liberarem o excesso de ar admitido. As junções são confeccionadas com em silicone e reforçadas com fibra de vidro para suportarem tamanha pressão. Para não enlouquecer a central da Motec, os sensores MAP e MAF foram modificados e reprogramados.

Os cabeçotes JM Performance receberam polimento nos dutos, equalização, válvulas com molas de maior carga para evitar flutuação em altíssimos giros, balanceiros roletados Crower e um comando com graduação a escolha do comprador. Os pistões são forjados da CP Race, em conjunto com bielas forjadas da Oliver utilizam anéis de vedação para reforçados. Os prisioneiros são da CP Race e desta empresa ainda foi adicionado um radiador de óleo de grande volume para suprir a necessidade do enorme e sedento motor. O virabrequim é forjado e trabalhado para maior passagem de óleo, evitando indesejáveis quebras e percauços. O coletor de escape em aço inoxidável recebeu tratamento cerâmico capaz de suportar temperaturas de até 1700°C.

Para alimentar todo o haras gerado pelo conjunto, uma pré-bomba interna envia combustível para uma bomba externa Aeromotive de alta vazão, que preenche a linha de combustível revestida em malha de aço inox com todos os conectores da Aeroquip e o entrega aos bicos de alta vazão da AEM, por meio de flautas billet através de um dosador de alta pressão também billet da Aeromotive. O conjunto conta ainda com um EBC – Eletronic Boost Controler da GReddy operando com 11 e 19Psi fazendo com que o sistema possa operar com 1000cv e 1300cv respectivamente.


Toda a potência é repassada ao sistema através de uma embreagem reforçada Mcleod, um blocante de diferencial Quaife e um conversor de torque específico para carros de alta performance. Quem sofre bastante com isso são os pneus 275/30-19″ montados em rodas forjadas 9×19″ na dianteira por tentarem ordenar a trajetória enquanto os largos 345/30-20″ montados em rodas 12×20″ da traseira empurram toda a massa em frente! A suspensão full-coilover com amortecedores a gás da Penske mantém o Viper sempre firme seja nos passeios de final de semana ou nos autódromos, quando o Viper libera todo seu veneno. Para parar, os discos de freios são mordidos por pinças de quatro pistões na dianteira e três pistões na traseira com pastilhas de semi-competição.

Externamente ainda foi adicionado um grande aerofólio confeccionado em fibra de carbono sobre a tamba do porta-malas para ajudar a segurar o ímpeto desta víbora, mas creio que um pára-quedas seria mais eficaz nesta tarefa.

Que o veneno de uma víbora pode ser mortal, não há dúvidas. Basta abusar um pouco mais do acelerador. Ou você ainda estava achando que eu falaria do réptil?

Abraços!